Internet em locais remotos? Realidade ou ficção?

Internet em locais remotos

Quando falamos em levar a internet aos confins do mundo, podemos pensar em muitas empresas, mas apenas uma está a tornar isto possível: a Starlink.

Recentemente a empresa de Elon Musk, conseguiu levar a internet ao “fim do mundo”, e não foi uma internet qualquer. Consta que a empresa conseguiu colocar a funcionar a internet com 120 Mbps.

Vale lembrar que esta tecnologia não é nova. Internet via satélite está presente em Portugal desde o inicio do seculo.

Mas como funciona?

O objetivo da Starlink é colocar em orbita 1440 satélites, para iniciar operações comerciais entre 2021 e 2022. De forma a garantir uma cobertura mundial, a Starlink precisa de colocar, pelo menos, 12 000 satélites em orbita.

O objetivo inicial da empresa seria colocar os satélites em orbita a 600Km da superfície, mas o receio de lixo espacial e dificuldades nas observações radio astronómicas, a altitude dos mesmo foi reduzida para 550 Km. Esta redução, acaba por facilitar em grande parte a comunicação com o solo, reduzindo o tempo que o sinal demora a ir desde o equipamento do utilizador, até ao satélite.

Os satélites da Starlink têm uma funcionalidade interessante, que pode ajudar em muito a comunicação, pois estes conseguem entre si, através de lasers, transmitir informação.
Esta forma de comunicação é como se torna-se os satélites num grande router gigante, transmitindo toda a informação entre si.

A nível de equipamento, este será fornecido pela Starlink aos utilizadores, que é composto por um router/modem e uma antena parabólica, relativamente pequena.
A ideia é que dado o elevado numero de satélites em orbita, o utilizador não precise de procurar uma posição estratégica para a antena, podendo apenas apontar a mesmo para qualquer direção do céu, que terá sempre sinal.

Fase de testes realizada com sucesso

Alguns utilizadores já se encontram a testar a fase beta do Starlink. Um desses utilizadores decidiu testar o Starlink, indo para uma zona remota da floresta, apontar a antena em sentido ao céu.

Este teste foi um sucesso, onde o utilizador conseguiu uma velocidade estável, com velocidades de 120 Mbps de download, 12 Mbps de upload e uma latência de 37 ms.

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Se considerarmos que a Starlink ainda planeia colocar mais satélites em orbita, de forma a cobrir todo, ou grande parte do planeta, estas velocidade poderão não só melhorar, como teremos internet em qualquer canto do mundo, não ficando presos a torres que propaguem o sinal.

E os preços?

A parte menos atrativa de todo isto, como qualquer tecnologia em fase inicial de desenvolvimento, não será baixo.

Elon Musk revelou que está disponível, ainda que em Beta, um Kit de configuração de $499, e ainda terá de pagar uma mensalidade de $99.

Conclusão

Vale a pena lembrar, que este sistema está ainda numa fase inicial, e que estes valores poderão baixar significativamente no futuro. Certamente com o aumento da procura aliado a estabilidade do serviço, estes preço possam ser mais competitivos.

Neste momento o serviço não se enquadra a toda a gente, sendo mais vantajoso a utilização do mesmo em zonas de pouco acesso e sem qualquer ligação a internet. Em casos de vida em cidade, existem serviços mais compensatórios que o da Starlink

Em nota final e respondendo a pergunta do título: Sim é possível, e está a acontecer.

Até ao próximo artigo.