Um ano de teletrabalho! O que mudou?

Um ano de teletrabalho

A um ano atrás, no início do ano de 2020, grande parte de nós trabalhadores, fomos forçados a trabalhar a partir de casa. Hoje decidi falar um pouco da minha experiência ao longo deste último ano. Dentro desta pequena analise, que é inteiramente sobre a minha experiência, vou contabilizar o fato de vivermos esta experiência durante a pandemia do covid-19. Esta nota é importante, pois alguns dos pontos que vou apresentar, são influenciados também por essa realidade em que vivemos.

Vou abordar o lado positivo desta forma de trabalhar, mas também a parte menos positiva.

Vale a pena lembrar que aqui no blog, tenho vários artigos que te podem ajudar a trabalhar mais e melhor em trabalho remoto:

O lado positivo do meu trabalho remoto

Vou começar pelo mais positivo. Estes pontos são sempre perto daquilo que a grande parte de nós sente e gosta no trabalho remoto.

Esta já não é a primeira vez que trabalho remotamente. Consigo desta forma ver o lado pré e pós-covid-19, que pode dar a este artigo uma abrangência bem maior.

O mais positivo, certamente é o fato de ganhar tempo diariamente em viagens. No meu caso, diariamente eram cerca de duas horas em viagem. Uma para ir para o escritório e outra para regressar. Como andava de transportes, ainda ganhava algum tempo em relação a quem fazia o mesmo trajeto de carro. De um lado estava o transito, do outro estava o excesso de pessoas e vir dentro de uma “lata de sardinha”. Durante o verão, adicionando o fator calor, tornava este trajeto bem mais complicado de se fazer. Também podemos juntar os atrasos dos transportes públicos.

De uma forma geral, acabei por ter mais tempo, tanto no início do dia como no final. Isto se o dia for finalizado em oito horas de trabalho.

Isto permitiu-me dedicar-me mais a mim e a família. Planear melhor os meus dias, antes e depois do trabalho. Por exemplo, permitiu-me dedicar mais ao blog e a outros projetos pessoais que tenho.

Nem todas as funções permite o que vou mencionar a seguir, mas no meu caso é um ponto positivo (mas nem sempre é possível). O fato de conseguir gerir melhor o meu horário, permite-me também ter mais espaço ao longo do dia para resolver temas pessoais. Estando no escritório, perderia bem mais tempo do que remotamente.
Um grande exemplo, era as idas às compras no início da pandemia. Todos devemos ter passado pelo desafio de estar em filas infinitas a espera de entrar nos supermercados. Esta gestão permitia-me ausentar a meio do dia, em horários de menos movimento, e acabar por trabalhar até mais tarde, ou compensar essas horas noutros dias.

Mas nem tudo é bom…

Como tinha dito anteriormente, já trabalhei em casa no passado, antes do covid-19. Existe uma serie de pontos que tornam o trabalho remoto durante a pandemia, bem mais complicada e complexa, do que o que vive no passado.

O distanciamento e escassez de coisas para fazer, especialmente depois de um dia de trabalho, remete-nos a fazer duas coisas: a trabalhar mais ou fazer repetidamente as mesmas coisas.

No meu caso, para além de trabalhar (um pouco mais a frente que vou abordar mais a frente), o meu lazer começou a ser sempre a mesma coisa. Impedidos que ir ao cinema, ginásio e até estar com os amigos sentados num restaurante a volta de uma mesa, coloca bastante pressão psicológica. A questão psicológica pode ser bem mais grave de tudo o resto.

Contudo, este não é o único ponto negativo. Para algumas pessoas que olham para nós como “burgueses do teletrabalho”, o mundo de rosas pode ser bem diferente.
Algo que notei bastante ao longo deste ano, é que as contas mensais aumentaram. Tanto supermercado, água ou luz. Mas não só! Também fui “forçado” a melhorar as minhas condições para trabalhar em casa, o que continua até hoje. Nada disto foi pago pela empresa, até porque a mesma não tem essa responsabilidade.

Por outras palavras, as minhas despesas aumentaram. A única coisa que no meu caso poupei, foi nos transportes. Contudo esse valor acabou diluído em várias outras despesas que aumentaram, ou que surgiram por força de ser necessário ter um escritório em casa.

O ponto que mais prejuízo causa a longo prazo, certamente é o excesso de horas de trabalho. Isto não é um caso exclusivo meu. Dentro de várias pessoas que conheço e estão em trabalho remoto, o número de horas de trabalho semanal aumentou consideravelmente. Muitas dessas pessoas nem são recompensadas por essas horas a mais.

A diferença de trabalho remoto sem pandemia

O momento que passamos acaba por nos deixar fechados em casa. Não ter para onde ir, e até mesmo o receio de se expor ao vírus. Isto leva aos tópicos acima descritos. O que mais sinto é a rotina caótica que acabou por ser tão monótona que, apesar de ter detetado a tempo, quase me causou um burnout.

Dentro da experiência que tenho, o que beneficia o trabalho remoto é certamente a liberdade de trabalhar onde queremos. Podemos simplesmente passar uma semana fora, desde que tenhamos um acesso a internet. Na nossa atual situação, é bem mais complicado. O simples fato de sair do concelho é raramente possível.

Sendo que nós humanos somos seres sociáveis, o que me causa maior impacto em relação ao passado, é não conseguir ter um momento de convívio ao longo do dia. No passado um almoço com um amigo, ou um café a meio de dia no mesmo esquema, era como reforçar a energia para o que faltava.

As imagens de trabalhar com o portátil no colo, com uma praia como paisagem, não podia ser neste momento um sonho relativamente distante.

Conclusão

Escrevi um artigo aqui no blog sobre se as empresas deviam adotar o trabalho remoto. Dou a minha opinião de como as empresas e trabalhadores podiam ganhar com esta forma de trabalhar. Espero sinceramente que no pós-pandemia, esta fórmula seja mesmo adotada. Apesar de isto poder trazer um aumento nas contas, conseguir gerir mais e melhor o tempo, é um grande benefício para o trabalhador. Também as empresas podem ter muitos benefícios.

Se é a tua primeira experiência com o trabalho remoto, e achas que não tem vantagens e que te deixa bem mais cansado que no modo tradicional, acredito que num mundo sem isolamento, vai ser uma grande vantagem para ti.